quinta-feira, 9 de setembro de 2010

"O que quereis que os homens vos façam, fazei-o também a eles". (Lc. 6,31)

          O evangelho de hoje é com certeza um dos maiores desafios do cristão, buscar de si mesmo o que se exige dos outros. Como fazer o bem a quem nos faz o mal? Como rezar pelos que nos caluniam? Como ser solícito a quem nos prejudica? São questionamentos que a razão humana dificilmente irá compreender. Em tempos de "toma lá, dá cá", impera a lei da reciprocidade, seja para o bem, seja para o mal. Nesse sentido, este evangelho parece algo distante da nossa realidade, até mesmo dos que já estão há anos na igreja.
          Aos olhos de muitos, soam injustas as palavras de Jesus. É como se tivéssemos que ir contra nossas próprias limitações, que não admitem insultos. Na verdade, Jesus nos coloca diante de um desafio que contraria toda lógica de vingança. O que parece absurdo diante dos homens é sabedoria diante de Deus. Dessa forma, as palavras de Jesus tem um propósito básico: que saibamos compreender as fraquezas do próximo e, a partir daí, façamos aquilo que gostaríamos que fizessem conosco.
          Compreensão. Está aí talvez a palavra-chave para não reagirmos sempre com vingança a quem nos faz mal. Pensar porque fulano fez o que fez, disse o que disse ou agiu de determinada forma, seria o princípio básico da compreensão. Se colocar no lugar do outro, ou mesmo reconhecer as diferenças de comportamento, cultura, personalidade etc, nos ajudaria bastante nesse processo.
          Tudo se resume nessas palavras: "O que quereis que os homens vos façam, fazei-o também a eles". (Lc. 6,31). Com essas palavras, Jesus amplia o provérbio popular que diz: "não façais aos outros aquilo que não quereis que façam a você", dando  uma dimensão muito mais profunda. Ao invés de apenas ensinar a não fazer o mal, Jesus nos ensina a fazer bem a todos, até mesmo a quem nos persegue. O prórpio Cristo deu exmplo quando, na cruz, perdoou os seus torturadores. Portanto, buscar seguir o evangelho de hoje é a maior expressão de liberdade que poderíamos ter, pois sairíamos do óbvio e viveríamos a essência do cristianismo, o amor.

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