sábado, 8 de dezembro de 2012

PREPAREM O CAMINHO DO SENHOR!


9 de dezembro: 2º domingo do Advento

Advento é tempo de se converter a Deus, de lhe preparar o caminho, de endireitar as estradas pelas quais ele vem.

O evangelho nos mostra que a palavra de Deus se encarna na história humana e, em João Batista, se anuncia como profecia. Ecoam então as palavras do profeta Isaías. Uma profecia que João Batista traduz, convocando todos a um batismo de conversão para o perdão dos pecados.

Para além do gesto ritual do batismo, a pregação de João Batista supunha o desejo sincero de se converter, de mudar de vida. E mudar de vida supõe mudar de mentalidade, para que a conversão não seja apenas exterior, mas toque nosso coração, nossas atitudes.

Neste tempo em que aguardamos o Natal do Senhor, somos convidados a preparar-lhe o caminho, endireitando estradas cheias de obstáculos. Há guerras e conflitos a enfrentar com a justiça, há fome de pão a combater com a partilha, há sede de vida a saciar com a solidariedade.

Endireitar as estradas é permitir que o Senhor entre em nossa vida e nos transforme. E então o mundo se transformará. “E todos verão a salvação de Deus”, pois Jesus não veio para um grupo privilegiado de pessoas. Veio para chamar os pecadores a assumir a missão que ele mesmo assumiu, de recriar o mundo segundo o projeto de vida de Deus.

A caminhada de conversão supõe, por sua vez, discernimento constante. E o pedido de Paulo aos filipenses (1,9-11) mostra que conseguimos discernir o que é melhor para Deus e sua obra de vida (e, consequentemente, o que é melhor para nós) à medida que crescemos no amor mútuo.
Preparemo-nos, portanto, para o Natal do Senhor crescendo no amor, colhendo os frutos da justiça que Jesus nos traz. Ao mesmo tempo, preparando seu caminho e cuidando melhor desta terra, para que lhe possamos oferecer nossos próprios frutos de conversão.

Pe. Paulo Bazaglia, ssp

sábado, 1 de dezembro de 2012

Uma visita muito esperada


2 de dezembro – 1º DOMINGO DO ADVENTO

Iniciamos um tempo especial no calendário litúrgico: o Advento. A palavra advento quer dizer chegada, vinda. Na experiência de fé, existencialmente, esse período se caracteriza pela espera vigilante. Uma visita muito esperada está para chegar. Trata-se de visita desejada, querida. Portanto, é tempo de alegria. As promessas de Deus estão para se realizar. Para o cristão, a visita é Jesus. Ele é a realização plena das promessas.

A comunidade cristã vive sobre o signo da esperança. O Advento é justamente marcado pela esperança que supera todo o medo. Seu núcleo fundamental é a certeza de que, mesmo num mundo marcado pela violência e por fatos negativos, há um horizonte seguro e feliz para o povo de Deus. Portanto, é um tempo para entusiasmar. É a hora que nos torna repletos de Deus. É o momento de ser férteis, geradores de alegria, harmonia, paz. É tempo de unir.

Como toda esperança, o Advento direciona nosso olhar para o futuro. Não um futuro distante. “Naqueles dias, naquele tempo, farei brotar de Davi a semente da justiça, que fará valer a lei e a justiça na terra” (Jr 33,15). Essa promessa proferida pela boca do profeta Jeremias vale para o “Novo Israel”, que é a Igreja.

Deus mesmo toma a iniciativa de vir ao encontro de seu povo. A justiça é uma iniciativa dele. Porém não exime o compromisso humano. “Tomai cuidado para que vossos corações não fiquem insensíveis” (Lc 21,34). Daí a necessidade de preparação. O Advento é o momento de organizar a casa da vida. Não permitir que nossos corações fiquem insensíveis hoje diz respeito à vigilância necessária para que o “deus” mercado não tome o lugar do Deus verdadeiro, sobretudo neste período de forte apelo comercial. O deus mercado é ídolo de morte. Ele esvazia a existência.

Esperemos o Senhor numa vigilância alegre. Esperemos superando nossa visão, por vezes, míope. A palavra do Senhor nos faça perceber as novas luzes que brilham no hoje da história e nos ilumine em meio à barulheira de um mundo agitado e turbulento. Esperemos no amor: “O Senhor vos conceda que o amor entre vós e para com todos aumente e transborde sempre mais” (1Ts 3,12).

Somos quais terra fértil, porém seca. Necessitamos da chuva do céu. Deus confirme em nosso coração a mesma alegria do vigia que aguarda a aurora do novo dia.

Pe. Antonio Iraildo Alves de Brito, ssp